O que torna rica a experiência humana é a diversidade. Há algum tempo, as empresas tinham a opção de reconhecer ou não esse fato. Mas, nos dias atuais, o diálogo já foi instaurado e é necessário. É preciso entender e acompanhar a evolução dos tempos e aderir causas sociais à agenda das empresas.
No hall de grandes organizações que já trabalham a conscientização e dão voz às minorias, estão Accor Hotels, Brasken, BB Mapfre, Dow, Carrefour, AmBev, 3M, Microsoft, Avon, etc. A lista é maior ainda, tratando-se de empresas que compõem o Fórum de Empresas e Direitos LGBT, uma organização fundada em 2013 que defende o respeito e a promoção dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros no mercado de trabalho.
Como junho é o mês LGBTQI+, além da massificação do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), é possível perceber muitas empresas se movimentando e se posicionando na luta contra à homofobia (que segundo a PL 672/2019, é crime e foi previsto a inclusão na Lei de Racismo -7716/89 – a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero e a pena é de até 5 anos de prisão) e ao racismo. Mas o que mais é possível fazer?
Existe uma cartilha de iniciativas que o Fórum desenvolveu junto ao Instituto Ethos, em parceria com a Txai Consultoria e com o apoio da Embaixada do Reino dos Países Baixos. Cada compromisso ajuda a orientar ações e, em um macroambiente, também vale para o posicionamento a favor de grandes movimentos sociais em favor às minorias.
1. Comprometer-se, presidência e executivos, com o respeito e com a promoção dos direitos LGBT;
2. Promover igualdade de oportunidades e tratamento justo às pessoas LGBT;
3. Promover ambiente respeitoso, seguro e saudável para as pessoas LGBT;
4. Sensibilizar e educar para o respeito aos direitos LGBT;
5. Estimular e apoiar a criação de grupos de afinidade LGBT;
6. Promover o respeito aos direitos LGBT na comunicação e marketing;
7. Promover o respeito aos direitos LGBT no planejamento de produtos, serviços e atendimento aos clientes;
8. Promover ações de desenvolvimento profissional de pessoas do segmento LGBT;
9. Promover o desenvolvimento econômico e social das pessoas LGBT na cadeia de valor;
10. Promover e apoiar ações em prol dos direitos LGBT na comunidade.
Além de formas de ajudar a comunidade LGBTQI+, ou a comunidade negra, ou até mesmo outras minorias, é preciso falar sobre como uma empresa amiga de causas sociais é vista.
É interessante entender que, apesar de algumas críticas recebidas, os elogios e entendimento público aumentam consideravelmente quando se trata desse posicionamento. O público normalmente reconhece por meio de 3 sinais básicos:
Como a empresa se comunica com o público? As redes sociais e o site da marca é o que geram a primeira impressão de quem está procurando saber mais sobre o posicionamento da empresa. A missão, a visão e os valores são sinais claros que a empresa manda para a sociedade, isso diz muito sobre a forma que ela se coloca sobre o assunto.
Ações que a empresa participou, sejam boas ou ruins fazem a diferença quando se trata de posicionamento. Ações recentes ou até mesmo mais antigas, como assédio e preconceito deixam um rastro na Justiça e todo consumidor tem o direito de saber o que ocorreu e como as coisas foram conduzidas.
Muitas pessoas se interessam em saber quem as empresas apoiam e no que elas estão envolvidas. Posicionamentos pessoais ajudam ao público a entender qual é a real intenção daquela organização.
Segundo um estudo feito pela Gabriela Souza Bruno, denominado “A atitude de consumidores sobre marcas que se afirmam contra o preconceito por minorias através da publicidade”, quase sempre é positiva. A forma como a empatia é abordada, ajuda e muito essas pessoas a se sentirem incluídas e parte de algo que até então era impossível.
Lembrando que iniciativas como essa são de responsabilidade de todos que fazem parte da empresa. O posicionamento preciso partir de dentro para fora. O diálogo é essencial para todos estarem na mesma página.
Fontes:
Fórum de Empresas e Direitos LGBT
Jornal El País
Blog runrun.it
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Geral – Centro de Ciências Sociais
ethos.org
Jornal Estadão